quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Repensando a Textualidade, de Maria da Graça Costa Val (FALE/UFMG).


      
No texto “repensando a textualidade” de Maria da Graça Costa Val, podemos perceber que a mesma fundamenta-se em vários autores como: Conte, Isenberg, Schmidt, Beaugrande e Dressler, Halliday e Hasan, Harweg, Koch e Travaglia para compreender o que venha a ser a textualidade, tendo em vista que no âmbito da lingüística textual, a mesma pode ser compreendida como um conjunto de características que fazem com que um texto seja realmente texto, e não apenas uma seqüência de frases, pois é com a lingüística que esse campo tem se fortalecido, ultrapassando os limites da frase.
Para aprimorar esse estudo, foram-se seguindo tendências que distinguiram o desenvolvimento da LT em três momentos tipológicos. A primeira é caracterizada pela analise transfrástica, em especial no que diz respeito à coesão textual, uma vez que quando a frase é tida como unidade máxima de análise, certos fatores não são satisfatoriamente compreendidos. Mudando-se assim o foco da seqüência de enunciados para o todo do texto, seguindo os procedimentos de textualização e de conexão de pressupostos. Já na segunda vertente o texto passa a ser visto como uma unidade lógica de sentido, que no âmbito da coerência textual e da macroestrutura semântica, o mesmo deixa de ser pensado na perspectiva de significados, mas sim em algo estruturado no plano global. Teóricos da área voltaram-se para a construção de gramáticas do texto, muitas delas de inspiração gerativista. Na terceira vertente tipológica se ganha destaque a compreensão de que o texto não encerra nele mesmo, mas se produz na relação desse texto com o contexto em que os falantes se realizam. Alguns princípios foram postulados como constitutivos da textualidade, que definem e criam o comportamento identificável como comunicação textual.
Charolles considera essa discussão entre coesão e coerência ultrapassada. Por isso ele propõe meta-regras de coerência em que procura articular elementos da constituição semântica e formal do texto. Sua primeira meta-regra se chama meta-regra de repetição, e diz que para que um texto seja coerente, é preciso que contenha no seu no seu desenvolvimento, elementos de recorrência escrita, ou seja, tem que haver a reiteração do que foi dito. A segunda meta-regra de Charolles (1978) diz respeito a progressão, que seria o inverso da repetição e continuidade: para que um texto seja totalmente coerente, é preciso que haja em seu desenvolvimento uma contribuição semântica constantemente renovada, ou seja, uma informação nova. Em sua terceira meta-regra, Charolles (1978) se refere a não-contradição, que diz: para um texto ser totalmente coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que contradiga um conteúdo posto por um pressuposto ou ocorrência anterior. Essa meta-regra diz respeito a lógica interna do texto. A quarta e ultima meta-regra é a de relação: para que uma seqüência ou um texto sejam coerentes, é preciso que os fatos que denotam no mundo representado estejam diretamente relacionados. Assim essa quarta meta-regra se realiza em termos de uso dos conectivos e articuladores.
“A intencionalidade e a aceitabilidade são definidas como concernentes às atividades, objetivos e expectativas do produtor e do recebedor”. Nesse sentido os autores Beaugrande e Dressler formularam que informatividade não é definida como uma característica do próprio texto, mas avaliada em função do grau de conhecimento dos usuários. Para os autores, informatividade tem a ver com o grau de novidade e previsibilidade: quanto mais previsível, menos informativo será o texto para determinado leitor, pois acrescentará pouco às informações que ele já tinha antes de estudar tal texto. Nessa perspectiva quanto mais interessante e inovador for o texto, mais informativo ele será. “A situacionalidade aparece como um princípio importante para a constituição da textualidade”, deste modo, tal enunciado está longe de se resumir às circunstâncias empíricas em si, ele diz respeito ao modo como os usuários interpretam uma dada situação a partir dos modelos de comunicação social que conhecem.
 O ultimo princípio da textualidade apontado por Beaugrande e Dressler (1981) é a intertextualidade que vem ser a “conversa entre textos”, ou seja, o autor se baseia em outros textos para produzir o seu. A intertextualidade se coloca como condição previa na produção e recepção de determinados textos como os resumos, os parágrafos, as resenhas e etc. Mas, segundo os autores, ela constitui um fator decisivo na produção de qualquer tipo de texto, todo discurso está repleto de ecos e lembranças de outros textos, aos quais responde, refutando-os, completando-os e fundamentando-se neles.
 A partir do momento em que nós interlocutores, passarmos a compreender um determinado artefato como texto, teremos aplicado com êxito, os princípios de textualização e estabelecido uma relação de sentido. Desse modo, podemos dizer que, os fatores de textualidade são mostrados como meios responsáveis por uma boa interpretação e compreensão do texto.

Um comentário:

  1. Aproveitando a estada no blog de vocês, percebi que outro grupo comentou no primeiro e refizeram o texto, e realmente os comentários que os colegas fazem nos ajudam muito, ficou melhor o texto parabéns! :)

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