quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A articulação do texto / Elisa Guimarães. – 10.ed. – São Paulo : Ática, 2007, 88p. – ( Princípios ; 182).

Resenha Crítica
O obra de Guimarães (1933) traz a nós leitores a concepção de que o texto, por ser a principal unidade de análise a qual dispomos, deve-se constituir como um todo, onde o valor dos elementos utilizados, não pode depender apenas da natureza ou da forma que é própria de cada um, mas também deverá levar em conta o ambiente ao qual o texto está exposto e suas várias relações com o conjunto. Tenta no decorrer da obra reunir o que julga a autora, serem as coordenadas mais importantes no processo de articulação do texto, estando estas reunidas em dois níveis, um que diz respeito a estrutura sintática e o outro que é o da relação semântica. Relacionado a essas duas vertentes são trabalhados procedimentos lingüísticos e discursivos, fatores esses que auxiliam na configuração do texto, muitos deles bem conhecidos por nós como a coerência e a coesão. A autora traz no final do primeiro capítulo do livro uma citação que nos diz muito a respeito de dois pontos importantes para a compreensão do texto, “Contexto e situação – ou referentes textuais e referentes situacionais articulados – compõem a unidade lingüística semântica e pragmática, indispensáveis para conferir ao texto significado pleno” (GUIMARÃES,1933, p.13).
Com isso podemos entender que, não considerar tais aspectos dificultaria e muito a construção de sentido para o texto, pois a compreensão de determinadas palavras ou frases depende em muito do contexto ao qual elas estão situadas. Esta obra tem por objetivo fazer com que o leitor reflita sobre, se não todos, mas os principais elementos lingüísticos e discursivos responsáveis pela articulação do texto dando ênfase a cada um de modo particular. Dentre os pontos expostos está o texto e suas modalidades, onde ela (a autora) faz a relação entre texto e discurso, mostrando os diferentes tipos de discurso propostos pela retórica antiga, tal como R. Barthes, e traz tipologias textuais diversas além das três principais que comumente nós conhecemos: a narração, a descrição e a argumentação. No ponto seguinte trata-se da organização do texto e a articulação dos elementos temáticos, onde ela enfatiza as duas principais espécies de relações que mantém interligados os elementos temáticos que são: as relações lógicas e as relações de redundância. Cabe ressaltar que, a primeira relação (a relação lógica) é condicionante do processo de expansão do texto, já a segunda (a relação de redundância) garante ao texto a sua fixação tornando o tema, iterativo, isto é, repetido no decorrer do texto. Nesta seqüência a autora relata sobre a variação da estrutura temática, visto que, essa estrutura não está restrita apenas à interação entre as unidades significativas, mas estende-se por outros eixos como: as práticas intertextuais, as operações metalingüísticas, e os procedimentos que asseguram coesão e coerência do texto.   
A organização do texto tem como principio básico a articulação de elementos estruturais, uma vez que a estrutura a partir das noções de forma e função ligam suas partes formando um todo bem estruturado, podendo ser dividido em níveis, sejam eles fonológicos ou morfológico, que por sua vez o morfológico consiste na construção da frase escrita, alcançando o nível sintático que se fixam em estruturas de coordenação e de subordinação, onde a  coordenação se manifesta tanto de forma explicita como implícita, independente de sua forma e a coordenação se faz presente nas frases a partir da sua homogeneidade das palavras que formam a frase seguindo uma linearidade das idéias e dos pensamentos em sua construção, havendo-se a coesão e a coerência, podendo  ser caracterizada como uma estrutura compacta devido a seqüência linear na ordenação dos elementos estruturais que facilitam na compreensão do texto, já na estrutura difusa se apresenta de forma distinta da compacta uma vez que as idéias apresentadas nos textos são de forma desordenada, ou seja, não apresenta uma linearidade dos fatos, dificultando a compreensão por parte do leitor.
O texto na íntegra pode ser organizado em sua articulação por elementos temáticos e elementos estruturais, dentre eles podemos destacar o titulo, parte bastante importante na construção do texto, pois é através dele que podemos obter uma prévia sobre o assunto que o texto vai abordar, resumindo as linhas fundamentais do mesmo. O parágrafo é outro elemento de fundamental importância na constituição textual, pois é através dele que podemos organizar melhor o texto, tendo como principio as articulações das idéias fundamentais, ou das relações lógicas que sustentam a linha temática do texto, de forma que tanto o inicio quanto o fim do texto venham a seguir uma sequêncialização. As superestruturas caracterizam os diferentes tipos de textos sejam eles narrativos descritivos ou dissertativos, tanto na perspectiva de significado global do texto (macroestrutura) ou nas relações de frases ou seqüência isoladas (microestruturas).
Portanto, o texto dá-se a partir de um processo articulatório de idéias e suas particularidades que para se ter consistência é necessário elementos capazes de interligar suas partes, como a coesão que deve ser fruto da coerência, bem como a estrutura textual.  
     

Relatório sobre as apresentações de seminário da disciplina linguística II, dirigida pelo professor Jose Cezinaldo R. Bessa.

       No dia 11 de novembro de 2010 o professor Cezinaldo encaminhou o estudo dirigido de textos para apresentação publica e debate, textos esses que foram encaminhados em forma de sorteio para os grupos onde a turma foi dividida em quatro grupos de cinco pessoas e um de seis pessoas, sendo que eles apresentaram-se em dias diferentes. Trabalho esse que teve como objetivo avaliar os alunos quanto à apresentação em publico e também para atribuição de nota para a 2° avaliação do componente curricular.
      Na elaboração desse trabalho cada grupo teve alguns dias para elaborar o esquema de apresentação. Todos os grupos optaram por apresentação em multimídia usando slides para facilitar o entendimento dos colegas. Ao final de cada da apresentação cada grupo fez três perguntas referentes ao tema de apresentação para a turma, de modo a provocar um debate e/ou discussão.
     O primeiro grupo se apresentou no dia 18 de novembro, o tema foi “O que é mesmo a informatividade do texto?”, tirado do livro de ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009, p. 125-140. O grupo formado por cinco alunos discutiu e discorreu do tema de forma clara, mas devido o assunto ser muito complexo e complicado alguns alunos ficaram com duvidas, o grupo falou sobre a informatividade do texto que tem a ver com o grau de novidade e previsibilidade: quanto mais previsível o texto for, menos informativo será o texto para determinado usuário, porque acrescentara pouco às informações que o recebedor já tinha antes de processá-lo, entende-se então que quanto mais cheio de novidade mais informativo. Além disso, trouxeram exemplos de textos de alta informatividade e de baixa informatividade, além de abordar subtítulos referentes ao tema. Ao final da apresentação o grupo não elaborou as três questões, pois não lembraram esse detalhe, mas o professor Cezinaldo fez algumas observações sobre a apresentação, acrescentou alguns pontos, o que completou a apresentação do grupo.
     No mesmo dia 18 o grupo dois apresentou o seu trabalho, o tema foi “A intertextualidade”, com referencias: KOCH, I. G. V. Introdução à linguística textual: trajetória e grandes temas. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 145-157. O grupo de cinco componentes trabalhou o tema de forma detalhada e clara, tema esse que por sua fez já tinha sido trabalhado no período passado facilitando assim a exploração do tema. Alem de conceituarem o tema intertextualidade como condição previa na construção e recepção de determinados tipos de textos, como os resumos, resenhas criticas e etc., ou ainda como “conversas entre textos”, o grupo trouxe exemplos sobre textos que contem a intertextualidade explicita e implícita, além de terem trago um novo tema que ainda não tinha sido trabalhado o détournement que está inserido na intertextualidade implícita onde a pessoa que faz a intertextualidade precisa realizar alterações no texto original como apagar, suprimir ou acrescentar palavras no novo texto. Ao final da apresentação o grupo expôs as questões, a primeira foi “em que consiste o detournement?” a segunda: “que tipo de textualidade se encontra nesse texto (apresentado no decorrer da apresentação)?” e a ultima “onde se encontra a polifonia do gênero reportagem?”, as três questões foram respondidas pelos colegas de forma correta e sob comentários do professor, gerando assim um debate entre todos os alunos.
    Na semana seguinte dia 30 de novembro foi a vez de o grupo três apresentar seu trabalho  com o tema: “Gêneros textuais com referencia: KOCH, I. G. V.; ELIAS, M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. Ed. 2° reimpressão. São Paulo: contexto, 2008, p. 101-122. O grupo formado por cinco alunos discutiu os diferentes tipos de gêneros textuais, sua importância e sua função que é a da pratica sociocomunicativa , ou seja, tem a função de informar ou se comunicar por meio desses gêneros, como, a carta, o blog, o artigo, a charge, tirinha, enfim, a lista é enorme, no trabalho ainda foi discutido a questão da competência metalinguística que é por meio dela que que podemos produzir e compreender gêneros textuais, e até mesmo produzi-los; foram mostrados exemplos dessa competência e ainda de outros subtítulos, como “composição, conteúdo e estilo” dos gêneros textuais, a “hibridização ou a intertextualidade intertextos” e a “heterogeneidade tipológica”, que foram discutidas de forma clara pelos alunos. Ao final da apresentação foram feitas as três questões , a primeira foi: “Para que servem os gêneros textuais?”, a segunda foi “Qual a diferença entre charge e tirinha? “e ultima foi: “O que os gêneros e-mail e blog vêm a substituir?”. As perguntas foram respondidas de imediato pelos colegas, o que mostrou que o tema foi bem discutido e compreendido e terminou com alguns comentários do professor.
   O quarto e ultimo grupo também se apresentou no dia 25 de novembro, eles ficaram responsáveis pelo tema “O texto e a interação verbal”, com referencia: FONTAO, L. O texto e a interação verbal. In: linhas, Florianópolis, V. 9, n.1, p. 129-145, jan./jun. 2008. Disponível em: http://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1396/0. O grupo formado por cinco integrantes desenvolveu o assunto de forma objetiva, os alunos falaram sobre a importância da interação verbal e de como ela é importante para o ensino de línguas, pois é mais fácil pro aluno aprender lendo um jornal ou qualquer outra leitura já que ele lendo ele cria sua opinião sobre o assunto e assim ele desenvolve o saber e com isso se torna um critico. Ao final da apresentação foram feitas as três perguntas a primeira foi: “qual a macroestrutura do conto?”, a segunda foi “o que é preciso para que um aluno entre em contato com o mundo e com a língua?” e a ultima foi “como é que o processo de interação verbal pode contribuir para o ensino de letras?”, as perguntas foram respondidas com certo receio e de forma não muito clara, mas com a participação do professor que completou as explicações e as respostas, o texto foi melhor compreendido. E assim encerraram-se as atividades dos estudos dirigidos.